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25 de dezembro de 2010

10. Cuba: Tudo Muda.

    Como previsto chegamos à noite, Cuba é inacreditavelmente LINDA. Ensolarada, viva, cheio de verde, o céu todo azul.
   Mas infelizmente, hoje estava chovendo. No hotel quando sai do banho, tava o Jus só de cueca Box e uma blusa de manga branca... Eu sentei, ele pegou uma escova...
    ‘She’s my Brazilian Giiiirl’
    E começou a dançar loucamente, mudou a letra da musica e colocou como nos conhecemos. Ele realmente se soltou, no meio da musica ele parou, sentou, levantou e terminou de cantar e dançar loucamente. Eu ri demais, realmente era engraçado e divertido. Ele voltou para a cama e me beijou. Eu não conseguia beijá-lo, eu ria muito. Ele me esperou acabar de rir.
    ▬ Acabou?
    ▬ Acho que si... – ai ele me beijou.
    Ele levantou para guardar a escova, deu um trovão enorme que pareceu que tudo tinha estremecido, ele pulou na cama, se cobriu e me agarrou, em seguida veio outro e eu o agarrei. Três segundos depois eu comecei a rir. Ele me acompanhou. Depois, me deu uma vontade de falar uma coisa pra ele, uma verdade...
    ▬ Jãsten, cadê seu violão? – ele foi e trouxe.
    ▬ Pra que?
    ▬ Me da aqui! – mas ele abraçou o violão e fez biquinho, eu só o olhei e ele me entregou o violão – Lembra quando você achou uma pasta laranja em cima da cama?
    ▬ Lembro, eu não achei, tava em cima da cama.
    ▬ Tanto faz. Lembra do que eu disse?
    ▬ Claro! Você disse: ‘Jãsten não mecha ai, isso é... Da Nathana! As musicas dela’ – ele imitou uma voz feminina – ai eu: ‘Mas porque estão na sua letra? ‘ – ela fez a voz dele - Você: ‘Porque ela faz o rascunho e eu passo e guardo, sem mais perguntas!’ – ele disse com uma voz feminina.
    ▬ Eu não falo assim! – ele riu de mim – Ta olha... Aquelas musicas, não são dela, são minhas e algumas, minhas e dela – ele me olhou por segundos.
    ▬ Suas?
    ▬ É. Olha – eu peguei e me arrumei. Comecei a tocar o violão e cantar uma musica que fiz...
    Tradução: ‘Ultimamente, não consigo pensar nada...’
    Ele ficou me olhando quieto, atentamente enquanto eu cantava. Quando terminei tive medo da reação dele. Ele permaneceu quieto por dois minutos inteiros.
    ▬ I N C R I V E L – ele disse a palavra como se estivesse tentando fazer com que eu entendesse.
    ▬ Gostou? – perguntei confusa.
    ▬ Claro! – não era tudo isso...
    ▬ Não é tudo isso, tipo, preciso de aulas e tals pra ficar realmente bom!
    ▬ É mais eu gostei, não sei, me tocou, principalmente a letra – de repente o sorriso sumiu de seus lábios e ele ficou sério – porque nunca me contou?
    ▬ Eu não estava pronta!
    ▬ A gente vai fazer um ano de namoro e eu nunca soube!
    ▬ Eu sei, mais é que eu tenho medo de publico, tenho medo de que as pessoas não gostem.
    ▬ O que mais esconde de mim? – ele me perguntou desconfiado.
    ▬ Eu e a Nathana cantamos juntas, ela me ensinou a tocar algumas musicas no violão.
    ▬ O que mais?
    ▬ Nada. É sério.
    ▬ Seu nome é mesmo Megan Cristini?
    ▬ Claro! – o que?
    ▬ A Laysa é mesmo sua irmã?
    ▬ Sim, apesar de eu desconfiar que sou ado... Jãsten! – eu coloquei o violão no canto e subi na cama.
    ▬ Sei lá, me sinto traído – ele me olhou, eu revirei os olhos.
    ▬ Seu bobo, não escondo mais nada de você.
    ▬ Acho bom! – ele me beijou – vou investir em você e nela.
    ▬ Que tal investir em mim e deixar ela pra la?
   
    Peguei um táxi as onze da manha, o transito estava péssimo, cheguei la uma da tarde. Sorte que o meu vôo sai às três. Não quis incomodar o Max, ele já trabalha de mais. Nesse meio tempo de tédio resolvi ligar pra Nathana.
    ▬ Oi Thans.
    ▬ Nossa que animação!
    ▬ Contei pro Jus que... – e contei o que aconteceu ontem.
    ▬ Sério? – e ela começou a dar piti. Eu daria piti junto com ela se isso não significasse: cantar em publico.
    ▬ Ai que tédio...
    ▬ Aé – ela me cortou – sabe, em vez de você vim pra cá e passa uma ou duas semanas, porque eu não vou pra i!? - ela adora viajar e conhecer garotos deferentes.
    ▬ Boa idéia! – eu pulei da cadeira – Vem hoje! Arruma as malas e te mando uma mensagem com o horário de saída – e desliguei.
    A idéia dela é melhor. Eu corri de um lado pro outro arrumando tudo, por duas horas eu fiquei indo e vindo. As três e meia, eu parei em um lugar e resolvi tudo. Mandei uma mensagem avisando que ela sairia hoje as cinco no horário de la e chegaria aqui as dez – no horário daqui.
    A volta foi super rápida.
    Subi para o quarto, abri a porta, o Jus não tava lá, deixei as malas perto da cama e fui procurar no quarto da Caitlin e do Chris. Fui para o andar de baixo, agoniada pela lentidade do elevador. Eu fui para o quarto pulando, quando estou mais que feliz fico saltitante.
    Abri a porta sem me tocar que tinha que bater primeiro. Quando abri a porta me deparei com uma cena, tudo congelou, minha alegria foi embora e a tristeza e o ódio tomaram conta de mim. A cena? Ó a cena! O Justin com as mãos na cintura de Caitlin, se beijando.
    Ele começou a empurrar ela e abriu os olhos.
    Minhas pernas por um momento e meu corpo não me obedeciam. Eles não me ouviam, eles não me obedeciam.
    ▬ Megan eu pos... – começou Jus, mas eu dei um passo para trás, virei e corri – Megan me espera!
    Mais eu corri e senti ele atrás de mim. Sorte que o elevador abriu a tempo.
    ▬ Jãsten! – Ouvi Caitlin prostetar quando o elevador fechou.
   Olhei para o reflexo que vi na porta do elevador.
    Quando o elevador abriu, eu corri, passei por todos e tudo. Segui uma linha reta, virando quando era preciso. Corri. Corri. Corri. Sem parar.
    As lágrimas não pararam de cair um momento se quer.
    Porque ele fez isso comigo? E aqueles Te Amo? Te Adoro? E quando ele dizia que tudo seria pra sempre? Sempre pensei que, nada é pra sempre e ele me fez acreditar que o pra sempre existe, e de repente ele me fez ao inicio: o pra sempre não existe.
    Tudo estava embaçado. Quando ele chorava por estarmos longe um do outro, quando ele chorava por ter pesadelos de que não estávamos juntos... Ele não chorava.
    Quando ele sorria, quando ele sorria pra mim, por eu ter caído, sorria de mim... Ele não sorria.
    Quando ele me beijava por eu fazer algo que ele gostasse, por eu me machucar, por eu fazê-lo sorrir, por eu não ter feito nada... Ele não me beijava.
    Cada toque dele... Ele não me tocava.
    9 meses de namoro.
    9 meses de promessas.
    Eu não conseguia entender, não podia estar acontecendo.
    O justin pode ser tudo, mas nunca imaginei que ele me trairia, não, nunca imaginei que ele me trairia com a Caitlin.
    Caitlin.
    Eu estava sentindo ódio dela, como ela pode ser tão baixa? Como eu pude ser tão burra, tão insana a ponto de confiar nela e não na minha melhor amiga e em todos a minha volta?
    De repente um buraco negro se abriu dentro de mim, começou a sugar tudo dentro de mim. Eu me vi caindo dentro dele.
    Quando dei por mim, já estava escurecendo, eu tirei o salto que já estava começando a me machucar. Ignorei os olhares que vinham em minha direção. Entrei em uma lanchonete. Todos me olharam quando o sino tocou – quando abri a porta – e procurei por uma mesa. Achei uma bem no meio, sentei olhando para fora.
    ▬ O que vai querer? – perguntou uma mulher de cabelo ruivo, branca, com pintinhas no rosto, gordinha e com uma roupa azul e branco.
    ▬ O que eu quero?
    ▬ É.
    ▬ Eu quero voltar no tempo e acreditar em todos que a Caitlin tava só se aproveitando!
    ▬ O.K.A.Y –ela balançou a cabeça e me olhou estranha – Vou trazer biscoitos e um cafezinho.
    E la se foi ela. Olhei para o vidro ao meu lado. Eu estava com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. Meu celular vibrou, 52 mensagens e 78 ligações perdidas. 51 mensagens era do Justin, eu apaguei todas sem ler, uma era da Thans.
    ‘Brigada J
    78 ligações, todas do Jus. Desliguei o celular. Vi flashes de reflexo, deve ser algum fotografo tirando fotos para sites de fofocas... Como eu pude ser tão burra?
    10 minutos depois veio a moça.
    ▬ Aqui esta – ela colocou na mesa, me olhou, eu olhei para os biscoitos e não senti a mínima vontade de tocá-los, olhei para o café e senti enjôo, meu estomago estava rejeitando tudo? Buraco negro filho da mãe. De repente senti um ódio subto. Empurrei tudo – Não vai querer?
    ▬ Não.
    ▬ É eu tentei – ela pegou de volta e olhou para os lados. Sentou na minha frente. – você esta assim por causa de um homem?
    ▬ Estou – eu a olhei, ele se curvou pra trás e cruzou as pernas.
    ▬ Não fica assim, não pode, vai dar razão a ele. Seja forte passe por cima e pise nele. Homem nenhum presta! – por um momento pensei que ela estava me dando um conselho, mas ai vi que ela estava falando dos problemas dela.
    ▬ Ele prestava!
    ▬ Disse bem prestava! Prestava é um verbo passado – ai ela pensou bem – é um verbo não é?
    ▬ É sim. Eu não posso acreditar, como ele pode fazer isso comigo?
    ▬ Qual o nome dele?
    ▬ Jãsten Bieber – eu disse como se fosse um palavrão.
    ▬ Hum. Famoso. Pior. O que ele fez?
    ▬ Me traiu com a ex dele.
    ▬ Típico de algum famoso – eu estava parecendo uma bêbada.
    ▬ Não, ele não é assim! Eu sei tudo sobre ele ate os mínimos detalhes, eu vivi olhando ele por um pôster por dois anos! E depois vivendo com ele por nove meses! Não são nove dias, 9 minutos ou 9 segundos! É inacreditável – minha voz estava falhando, e estava estranha.
    ▬ Nunca conhecemos uma pessoa.
    ▬ Eu o conhecia.
    ▬ A gente nunca conhece ninguém, a ponto de saber o que elas serão capazes de fazer.
    ▬ Concordo. – ficamos em silencio por um momento até eu perceber que já estava tarde. A Thans já deve ter chegado. – eu vou indo – abri a carteira.
    ▬ Tchau, de a volta por cima garota. As mulheres tem o poder.
    ▬ Se eu não estivesse tão mal eu sorriria – e coloquei mais do que preciso em cima da mesa.
    E sai, com o par de saltos na mão direita. Os olhares estavam em mim ainda, claro eu pareço uma bêbada. Chamei um táxi e dei o endereço.
    Cheguei la as dez e meia. Subi no elevador e segui para o quarto em que a Dona Pattie estava. Bati na porta.
    ▬ Megan – eu pulei no pescoço da Nathana e comecei a chorar litros. Ela foi dando uns passos para trás e eu a acompanhei, depois de um momento – Megan, o que foi? A Pattie mandou eu ficar aqui e ta todo mundo la no quarto de vocês – ela estava quase chorando comigo.
    ▬ O Jãsten – eu solucei – me traiu – solucei – com a Caitlin – voltei a chorar.
    ▬ O que? Megan eu te avisei sobre a...
    ▬ Não preciso de lições!
    ▬ Desculpa, eu vou matar essa menina e esse menino – ele se levantou.
    ▬ Não! – eu puxei ela – não faça isso, por mais que ele tenha feito isso, eu ainda o amo.
    Ela não soube o que falar, apenas me abraçou e deixou eu chorar mais e mais. Nathana é bem nervosa, os tapas dela dói e muito, mas o coração dela é igual geléia, minha amiga desde a 5ª série, uma irmã, sempre esta ao meu lado quando preciso e quando não preciso.
    Ela deve estar se segurando para não me bater e me dar sermão, afinal, ela me avisou não é? E esta se segurando para não acabar com a raça dos dois.
    ▬ Você esta horrível! – ela disse quando finalmente levantei de seu colo – vai tomar um banho e tudo mais e vamos buscar suas coisas.
    ▬ Não quero ver ele mais – eu retruquei.
    ▬ Impossível em todos os lugares ele ta... Em todos mesmos, na sua mente e no seu coração principalmente – ela riu – Rimou! Desculpa.
    ▬ Ta bom – eu ri e limpei as lagrimas.
    Me olhei no espelho e vi uma garota estranha, nunca a vi antes em toda minha vida. Ela estava branca, com olheiras fortes e roxas e fundas, o cabelo bagunçado, os olhos vermelhos e sem vida, os pés machucados e vermelhos e ardentes. Essa garota era eu!
    Tomei um banho demorado, coloquei uma saia jeans, uma camisa verde e pantufas roxas. Eu e a Thans damos o dedinho e subimos dois andares. Nathana bateu na porta, a Sogrinha abriu a porta, de repente todo mundo me olhou, e quando digo todo mundo, todos estavam ali. E pensar que, tudo isso aconteceu em menos de dois dias.
    ▬ Megan olh... – disse Jus vindo em minha direção, Thans entrou na minha frente.
    ▬ Não chega perto dela, não toque nela, não dirija uma palavra a ela, não respire perto dela e não olhe pra ela. Entendeu ou que eu desenhe? – ela falou seriamente. Ele se afastou e me olhou piedoso.
    ▬ Vim pegar minhas coisas – e fui indo em direção ao quarto. Peguei as malas e a Thans me ajudou.
    ▬ Megan, querida, vamos conversar – disse Vovó.
    ▬ Olha isso não pode vazar – disse o Usher – se não...
    ▬ Cala Boca nariz de Hamister! – disse a Thans usando o apelido que demos a ele – Você não ta vendo? O que ta acontecendo? Isso não é só sobre a reputaçãozinha do Jãsten ou sua, isso inclui varias pessoas!
    ▬ Nariz de Hasmister! – disse o Ryan caindo na risada.
    ▬ A Nathana tem razão Usher – disse a Pattie – vamos falar sobre isso agora. Eu o olhei e vi que seus olhos estavam vermelhos também. Seus olhos...

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